segunda-feira, 20 de junho de 2016

O Solstício de Inverno 2016



Estamos no primeiro dia do Solstício de Inverno, que começa ontem (dia 20/06/2016) às 19:45 e se estende até o dia 22. Não é um solstício como os anteriores, já que este conta com uma lua cheia, um fenômeno que não acontecia desde 1967 e só se repetirá em 2094.

Para elaborar um bom ritual de solstício de inverno, o melhor é primeiro entender o que significa essa data.

Na antiguidade o fogo era o elemento primordial para a vida dos seres humanos: ele afastava os animais, cozinhava a comida, iluminava à noite e aquecia as casas durantes as estações. A noite era naturalmente um período perigoso, quando os predadores saíam de suas tocas e os nossos ancestrais estavam suscetíveis aos revezes da natureza em seu estado selvagem.

Esse medo era aumentado durante o solstício de inverno, que demarcava a noite mais longa do ano. Nos países nortenhos era também uma das noites mais frias, onde a capacidade humana de sobreviver era mais do nunca posta a prova, pelos elementos e pelos predadores. Era o momento de lembrar a dádiva que era a vida.

Nos primórdios da nossa era, quando os humanos ainda não sabiam como criar o fogo, o acesso ao mesmo acontecia quando um raio caía nas proximidades do povoado. Eles escolhiam dentre os membros da tribo a mais pura das crianças e a essa criança era dada a honra de asender a primeira tocha no fogo resultado do choque do relâmpago e levar o fogo até o povoado, acendendo assim as tochas de todas as casas.

Era o dever daquela criança manter a chama acesa até que pudessem distribuir o fogo para todos os indivíduos daquele grupo.

O mesmo ritual é realizado pelos ciganos atualmente e por algumas ordens esotéricas.

Esse rito se mantém no imaginário coletivo através dos mitos do Lúcifer medieval, de Prometheus, Hermes, Toth, Metatron e Raziel.

Esses mitos tem em comum o sacrífico para se chegar ao fogo, dessa vez travestido como o conhecimento, a sabedoria negada aos humanos e apenas digna dos deuses: Lúcifer é atirado ao abismo, Prometheus tem seu fígado diariamente comido por um abutre, Odin decepa seu próprio olho pelo conhecimento das runas, Enoch queimou como uma flama viva para se tornar Metatron.

A mensagem é clara: a noite mais longa e mais escura está chegando, você precisa manter o fogo aceso para poder ver a aurora desabrochar novamente no horizonte, mas para isso alguma parte de você precisa ficar para trás.

Durante os ensinamentos esotéricos percebemos o quão difícil é olhar para dentro, vermos nossos defeitos e aprendermos a abrir mão das nossas inseguranças para que possamos enfim seguir a nossa Verdadeira Vontade. Nem sempre o caminho que o SAG nos propõe é aquele que queremos e muitas vezes será um caminho difícil, onde o aprendiz se torna a matéria prima da Pedra Filosofal, e tal qual os alquimistas pregavam, será um processo longo de lapidação.

Esse Solstício de Inverno se abre com uma Lua Cheia em Gêmeos, signo de Mercúrio/Hermes, que exclama do topo do Olimpo para os mortais: Tome as rédeas de sua vida!

É tempo de estudos, mas também é tempo de silêncio.

Sol (e Vênus) está em Câncer, como se apenas e unicamente de sacanagem já que o Solstício é sempre um momento de teste emocional. Então esse é o momento para quem ainda tem empecilhos emocionais e traumas do passado que estão mal resolvidos (escreva eles em um papel, reflita sobre por quê eles o enfraquecem e os queime – lembre-se, a noite pode ser escura, mas você tem o poder do fogo!).

Não esqueçamos que Marte ainda está em Escorpião até dia 2 de Agosto, então essa ira nossa de cada dia pode estar voltada para questões mais profundas durante esses dias.

Mas calma, nem tudo é trevas e apesar da lunação geminiana (já que não bastava o choro, ainda queremos chutar o pau da barraca) há uma luz no fim do caminho, já que a Lua em Capricórnio coloca novamente nossos pés no chão e nos faz literalmente, aterrar todos essas vontades que ondulam no ar ao nosso redor.

A palavra de ordem desse Solstício é, como disse Luiza Rocha, no Superela.com: "engula o choro e produza".

Além disso, lembremos da nossa raríssima Lua Cheia. O simbolismo da Lua Cheia é o da mulher gestante, que tem em si o embrião da próxima geração que precisa ser nutrido para poder nascer. Mercúrio pede estudo e silêncio, Marte pede força e profundidade, o Sol e Vênus pedem mais amor e emoção, tudo isso pra trazer essa criança que geramos dentro de nós para esse mundo, para realizar nossos projetos.

Alguns escritos de derivações da Golden Dawn comentam sobre adeptos em vigília por 24 horas para não deixar que essa mesma chama acesa na antiguidade; se apague. Que os nomes dos nossos heróis não caiam em silêncio e que seu sacrifício não seja em vão.

Nesse solstício ascenda uma vela e faça um propósito, queime suas fraquezas e enxergue suas virtudes. Consagre

uma arma mágicka com essa energia (que só vai acontecer novamente em 78 anos!), energize um cristal e mais importante de tudo:


Não deixe a chama apagar.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

O Sagrado e o Profano


O Profano da Literalidade 

Está será uma série, de pequenos textos, mostrando como a abordagem simbólica de mitos, ritos e religiões, aprofunda em muito o entendimento e experiência com o transcendente. Nesse texto, farei uma re-leitura pessoal do livro do Eliade, trabalharei com a idéia de que essa abordagem simbólica não é nova, nem secreta, obscura ou impopular e que sempre esteve ai de diversas formas para quem quisesse ver e que o seu eixo/ancora de valores diz respeito só a você mesmo.

  Logo no prefácio, de O Sagrado e o Profano de Mircea Eliade, livro que recomendo muito a leitura, temos uma pequena história dos movimentos mais conhecidos, que trabalharam noque é chamado ali de Ciência das Religiões, grupos que estudavam como ler os mitos e passagens sagradas, alguns de forma muito simbólica e rica, outros de forma um pouco mais pobre e literal, e é citado dezenas de movimentos, desde a antiga Grécia, com um legado milenar de movimentos gerando muitas leituras e entendimentos diferentes entre si, pluralidade de opiniões fica-se muito patente, diversidade, não se tendo uma verdade única sobre como ler o transcendente e sim visões que eram mais populares em certos períodos e agrupamentos filosóficos.

  O sagrado seria uma forma de se enxergar a realidade externa e interna, com significado, com importância, com profundidade, camadas e analogias. Seria um olhar atento e um entendimento conciliador entre várias partes, o profano do livro está no oposto, em não ver significado ou não entendê-lo, na realidade externa e interna, a leitura literal e sua execução literal fica clara como profana/equivocada, por não haver conciliação, entendimento, interpretação, apenas o comprimento e aceitação, ao invés do entendimento e interiorização, o sagrado não é alienante, restritor ou opressivo, e quando o é, temos um claro indício de falha de interpretação ou interpretação alguma.   

  Como antropólogo, ele por vezes, vai citar, como povos antigos se viam e viam a realidade a sua volta, de como certos povos entendiam sua própria criação e um dos conceitos criados por Mircea Eliade nesse livro para descrever esse processo, é o de cosmizar a realidade, que seria o de criar um mundo, um cosmos local onde um povo vive e ali é o centro do universo e da criação, exite um ponto ou eixo que aquele povo é dono e dali se originou tudo, muitos povos na antiguidade explicavam sua cosmogênese assim, levando significado a realidade próxima numa época onde a ciência era precária ou nula, explicando elementos externos, mas principalmente internos e ai mora toda a solução e problemática.

  Isso pode ser muito belo e funcional, quando entendido corretamente dentro do contexto, dentre as várias leituras possíveis, a do viver de acordo com seu eixo interno de valores, viver de acordo com sua expressão humana e divina equilibrada/firmada, e não por valores externos volúveis que lhe foram impostos e valores mundanos te levando para lá e para cá afinal existiria um eixo do alto ao baixo, conexão com o todo e a natureza, dando-se enfoque no processo que criar um mundo é algo simbólico e interno, não externo, real, verdadeiro e absoluto, agora quando se retira isso do contexto simbólico, com as pessoas achando realmente que a realidade foi criada para você e você é o centro de tudo, vulgo "o mundo gira em torno do meu umbigo", nada de bom sai dai, com a raça humana achando que o planeta é playground dela, que os animais foram criados para os humanos, que os homens são superiores que as mulheres, que monoteísmo é superior ao politeísmo ou ao paganismo, que existe um Deus verdadeiro e todos os outros são errados ou demônios, isso é uma perspectiva egoísta, profana e disfuncional, de todo e qualquer mito. Não há justificativa, é um ato preguiçoso e de mau caráter, porque fontes que corroborem que livros religiosos descrevem lições e não fatos ha muitos, e são de fácil acesso, alias, quando lidos corretamente, todos esses "cosmos", todos esses eixos, todos esses pilares da criação, conversam entre si ao invés de se anular ou antagonizar. A pluralidade de Deuses e suas crenças, e sua interação harmoniosa, Joseph Campbell escreveu ostensivamente chamando de Mascaras de Deus, aonde o atemporal assume ou é dado, um entendimento temporal e fracionado,  mas ainda sendo uma coisa só, e por isso, não haveria motivos de atritos. Alias quando seu conto pessoal predileto, consegue se comunicar em mais de um nível, seja emocional, psicológico e transcendente com você e com outras crenças, esse é um indicativo, que talvez, você esteja interpretando bem, agora quando se retira isso, alguns acham que de forma física, verdadeira e real o centro do universo é a Meca, outros Jerusalém, outros o seu conceito de Deus, outros a humanidade, outros os homens, héteros e brancos, e invariavelmente é uma leitura equivocada, quando se parte para esse perspectiva, é uma leitura egoísta, de uma mente fraca e pouca estudada, que tem dificuldades de aceitar que existem outras perspectivas de mundo.

  Os ensinamentos espirituais, como informação arquetípica, transcendem tempo e espaço, não estando presos a eles, o entendimento simbólico faz a mensagem se tornar viva e atual, enquanto a literal a torna datada, confusa, retrograda e por vezes sem aplicabilidade moderna, anti-humanista e com um religare sofrível e pouco eficiente. Nessa época onde neo pentecostais, cometem excessos, por sua leitura literal de seu livro simbólico no pais, e fora do pais Islâmicos fundamentalistas fazem o mesmo, pode ser muito relevante, a leitura de livros assim, que abordem que seus livros sagrados não narram fatos e sim aprendizados, não falam de ocorridos no plano físico e sim de processos internos, não comentam de verdades absolutas do seu único Deus verdadeiro e sim de ensinamentos simbólicos que devem ser entendidos corretamente e interiorizados, e não o inverso de se tentar reproduzir literalmente ocorridos que se acha que é histórico, e que colocar no lugar certo esses livros, que é o de narrativas de aprendizado, e não de livros que descrevem fatos, que descrevem a historia real da humanidade e que falam de leis divinas absolutas a serem seguidas, não os diminui em nada, e sim os dignifica porque dar o uso para o qual foram feitos, ao invés de usar eles para ficar enxergando o Diabo em outras nações e religiões como melhor for conveniente a motivos escusos de políticos e figuras religiosas, não existe batalha espiritual externa, seja Diabo ou Jihad contra outros povos e religiões, e sim que a batalha é interna, a batalha contra as fraquezas, a batalha da reforma íntima, das virtudes contra os vícios, do controle contra os impulsos, o despertar de uma vida mundana, instintiva e robotizada e não de uma religião contra outra, ocidente contra oriente, infiéis contra fiéis, cristãos contra pagãos, pagãos contra cristãos, quem se pega nesse tipo de atrito, é o maior e melhor profanador da sua crença, por a estar desvirtuando de dentro pra fora, com seu mau testemunho de entendimento e vivência.

Próximo texto, citarei como diversos povos, viam o seu próprio eixo da criação de mundos.

Apresentação
  Como é o meu poste de estreia no blog, segue uma curta apresentação, vou ser o segundo colunista do blog, junto a Leona, meu nome é Anderson Roberto de Souza, tenho 29 anos, desenhista industrial e possível fisioterapeuta, libriano, probacionsita da Arcanum Arcanorum, estudante da SCA e praticante informal da Golden Dawn/Bardonismo, entusiasta do estudo de religiões comparadas e mitologias comparadas, com especial apreço pelos estudos e posicionamentos do Joseph Campbell e do Mircea Eliade, gosto muito de literatura de ficção cientifica e fantasia, me interesso pela temática de xamanismo, umbanda, taoismo, arte marcial, bushido, budismo, magia simbólica, vivência simbólica, projeção astral e bioenergias. Espero aos poucos poder escrever algo sobre cada uma dessas coisas, porem vou dar maior enfoque em simbologia.

Bibliografia:
Sagrado e o Profano do Mircea Eliade
Para maiores aprofundamentos no tema, qualquer livro do autor acima, no título citado, já aparece outros autores muito bons dentro do livro, Joseph Campbell e sua obra também é uma excelente fonte de pesquisa.



Tags: estudo simbólico, analogias, pilar cósmico, atentados, diversidade. 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Tratado sobre a Água


Em todas as religiões o elemento água concentra em si um misto de mistério e fator criador. Sua essência mantém a vida, a purifica ou a destrói. Na mitologia judaica as primeiras criaturas a andarem sobre a criação foram a Leviatã que era fêmea e governava as águas e Behemoth que era macho e governava as porções de terra.

A primeira responsável pelos diluvios, mas também pelo ciclo eterno das águas. Enquanto Leviatã dormisse no berço das águas profundas a humanidade estaria salva. Nas terras Vikings o Leviatã tomava para si o nome de Jörmungandr, uma serpente que se enrolava ao redor do mundo e mantinha o mar o calmo e contido.

Não diferente de suas irmãs judaica e nórdica, na Austrália encontramos também a Serpente do Arco-Íris, cujo mito se liga à água e a criação, tanto quanto à destruição. O eterno ciclo se perpetua na passagem das águas e no circular das serpentes no imaginário coletivo.

Em diversos ritos orientais antigos, a água tem uma função na sagração dos reis. O poder que o rei recebia não era apenas político. Era o de ser representante da divinda-de para o povo. Nos ritos antigos a entronização se encontra à alusão à água da vida. Dava-se de beber ao rei essa poção de água da vida e ele era ungido e mergulhado (bati-zado) em águas lustrais. Por esse rito passavam faraós do Egito, os reis da Mesopotâmia, os príncipes da Índia e os mandatários de diversas tribos africanas”.

Na magia, a água, como os cristais, mas em menor grau, é conhecida como um agente armazenador de alguma energia, portanto é muito utilizada em solarizações e lunações, de maneira que a poção ou a pessoa que a ingere possa também absorver os elementos que a água absorveu.

Da mesma maneira, Dion Fortune comenta que as vítimas de ataque psíquico deveriam se manter longe da água, por esse ser o elemento chave da mentalidade. No tarô a carta do psiquismo é a Lua, conhecida por sua influência nas marés e também nos estados psicológicos humanos.

A Água, conforme Mircea Eliada, é o início de tudo e precede qualquer criação, elas suportam todas as formas e suas potencialidades, ainda que seja líquida e sem forma. Ela é o princípio fundamental do “pode vir a ser”, a vida quando ainda está em sua fase inicial semi-existente. A água é o símbolo vivo e mitológico do Gato de Schrödinger que está e não está vivo.

Os experimentos vibracionais com a água demonstram essa sua qualidade adaptadora. Quando exposta aos discursos de Hitler ela se tornava caótica, mas quando exposta a sinfonias de Bethoveen a água se adequava a formas conhecidas na geometria sagrada. Essa sua característica se reflete em nossas emoções que são liquidas e não sólidas, podendo se alterar como as fases da lua.

Dentro do panteão oriental, a água é ligada no Islamismo ao anjo Jibra'il, ou mais tarde como seria conhecido: Gabriel.

No Ritual Menor do Pentagrama; Gabriel segura um cálice às costas do mago, ao Oeste. O Oeste na mitologia Grega é representado por Flavônio, que é simboliza o vento favorável, que traz consigo o cheiro das flores e a chegada da primavera.

Na mitologia chinesa Xi Wangmu é a Rainha Mãe do Oeste, uma deusa feroz que possui o segredo da vida eterna e a chave do Paraíso. Apesar disso, é uma deusa temperamental (como a água?) que envia maldições ao mundo. Como Idunna do panteão nórdico com suas Maçãs Douradas e a Serpente do Jardim do Éden com seu fruto da vida eterna, Xi Wangmu possui um pessegueiro que a cada três mil anos da vida a um único pêssego que encerra em si o segredo da vida eterna.

Nos cultos do Fogo do Senhor do Lar praticados pelos Hindus-Védicos datados de 2000 a.C. eram acesos três fogos, sendo que a chama que se punha à oeste era chamada de Este Mundo, Essa terra. Curiosamente, segundo a tradição Jibra'il/Gabriel seria o mais sensível dos anjos, tão compassivo para com a humanidade, que na busca pela espiritualidade ele seria o primeiro anjo com quem o homem entraria em contato neste mundo, nessa terra.

Da mesma maneira que água era vista como link primordial com o divino, ela também constituía um elemento sagrado, que alinhado a outros fatores como locais de altos índices magnéticos, criavam fontes de cura. Muitos casos parecidos são relatados através da história e dos mitos, sua importância era tão acentuada que boa parte dos templos foram construídos ao redor ou nas proximidades de águas milagrosas.

Na pré-história a água era adorada a partir do ponto em que brotava e da mesma maneira que a doença era crida como um castigo, a ingestão da água era uma benção, sendo a sua imediata solução. Seus atributos foram profundamente utilizados pelos romanos e árabes, que valorizavam os banhos públicos que foram amplamente utilizados, até a Idade Média onde foram considerados culto ao corpo e demonizados.

Apenas na Irlanda já foram notificadas mais de 3 mil fontes consideradas sagradas. Seu significado divino foi se perdendo com o tempo, mas não o seu potencial transmutador, foram transformadas em termas e jardins hidrominerais, agora sendo pontos turísticos para aqueles que buscam algum descanso para o corpo.

Desde os primórdios pagãos da humanidade a água é o veículo primo da pureza espiritual e mantém sua essência através do mito e das tradições católicas do batismo. Sua essência mágica está eternamente guardada na famosa água benta, cujos poderes se assemelham às seculares fontes sagradas e ao mito medieval da Fonte da Vida.

Sabendo agora tanto sobre a água, não é surpresa que o seu cerne ainda exista na tradição cristã-católica, apenas com uma conotação mais sagrada, já agora a chamamos de Àgua Benta.

Na atualidade a água sagrada ganhou rótulos específicos, sendo necessário um tipo de cerimônia e fonte especifica para cada tipo de água benta, conforme as crenças do Adepto. Na tradição hindu, a fonte, a pessoa que a prepara e o mantra que é entoado altera o quão sagrada é a água e o quão efetiva será no que ela será aplicada.

A utilização mais comum da água benta nos meios mágicos é a sua qualidade exorcista. Seu elemento principal é uma vasilha de metal (para fins condutores) e um aspersor de madeira ou metal. Na Clavícula de Salomão é possível também o uso de um pote de barro, já que na época em que foi escrita a maior parte dos utensílios do homem comum eram feitos de barro.

Na idade média os utensílios católicos eram feitos de estanho, assim como as vasilhas de água benta. Posteriormente foi feita a conexão entre o estanho e Jupiter, com suas propriedades curativas, que testadas em laboratório fariam bem a diversos órgãos do corpo desde que ingeridas em pequenas quantidades. (Obs: Ainda acredito que o cobre seria um elemento mais apropriado, usando-se da lógica da confecção as varinhas mágicas.)

Nessa mesma época a água era ainda aspergida como hissopo, uma planta com efeitos de limpeza conhecidos, já que era usada para a limpeza de templos de leprosos.

A água deve ser preferivelmente retirada de uma nascente (limpa) ou mineral. Coloque a água no pote de: barro, estanho, cobre, bronze ou chumbo envernizado e salpi-que sal grosso (devidamente exorcizado). Após jogar o sal na água recite os Salmos 102, 54, 6 e 67.
Podem ser entoados mantras, utilização de mudras e também de ervas. O famoso Anis estrelado é uma erva exorcista muito conhecida para limpeza astral de ambientes.

Algumas correntes comentam a respeito da água pranificada, que seria feita através da movimentação da água entre uma vasilha e outra e então guardada em um galão magnético. Esse galão pode ser substituído por um cantil de metal.

Bibliografia
O espírito vem pelas águas: a água e a espiritualidade ecumênica, Marcelo Ramos.
Mitos Da Água
Do Olimpo a Camelot: um panorama da mitologia europeia
Mitologia Simbolica: Estruturas Da Psique E
Auto-Defesa Pisquica – Dion Fortune
Eddas – Edição Penguim
Tree of Lifes
Saúde Holística
Os minerais e sua magia